A Esporotricose, conhecida como a doença do Jardineiro, tem chamado atenção nas Unidades Básicas de Saúde de Três Rios. Agentes de Saúde identificaram 8 casos, em dois bairros ( na Vila Izabel e na Cidade Nova). A doença é uma micose causada pelo fungo universal da espécie Sporothrix spp e está presente no solo, na palha, em vegetais, espinhos e madeiras. Causa doenças especialmente em indivíduos e gatos. A Esporotricose é a maior infecção por animais no mundo. Hoje é considerada uma hiperendemia na cidade do Rio de Janeiro.
O contágio em humanos ocorre através de animais domésticos. A mais comum é a que decorre dos felinos. Gatos apresentam alto potencial de transmissão, pois os fungos estão presentes em grande quantidade no aparelho respiratório por meio de secreções e nas lesões cutâneas.
Mas o gato não é o vilão. Na verdade, é a maior vítima da doença. Por enquanto, não há nenhuma vacina (para humanos ou animais). A Esporotricose é considerada uma doença negligenciada e um problema de saúde pública. Ela decorre da ausência de um programa ou de ações de controle; da falta de medicação gratuita para o tratamento, tanto em humanos quanto em animais; e do desconhecimento da população sobre as medidas de controle.
É muito importante se atentar para estas informações a seguir
Quando um gato é diagnosticado com a doença em estágio inicial, é possível que atinja a cura. Todavia, caso o animal morra, o corpo precisa ser cremado, para que a doença não se espalhe e se reproduza no meio ambiente.
Como ocorre a transmissão
Ocorre pelo contato das gotículas de secreção respiratória do gato afetado na fase inicial da doença com a pele sadia, porém contaminada com o fungo, com as lesões no pêlo, unhas, olhos, boca e patas, como também por meio de mordeduras ou arranhaduras de gatos enfermos. Esses animais têm o costume de se esfregar e lamber uns nos outros, e esse comportamento colabora para a disseminação da Esporotricose – não só entre eles, mas também entre gatos e humanos.
Como identificar os Sintomas
Nos Felinos:
Os sintomas são variados. Os sinais mais comuns são as lesões ulceradas na pele, ou seja, feridas profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente.
Em humanos
Normalmente a infecção é benigna. Se limita apenas à pele, mas há casos em que ela se espalha por meio da corrente sanguínea e atinge ossos e órgãos internos. O período de incubação do fungo no organismo pode levar de sete a 30 dias, podendo chegar até a seis meses após a infecção.
Os sintomas variam de acordo com a forma com que se manifesta, ou seja, se ela é cutânea ou extracutânea. O mais comum é que primeiro apareça um pequeno nódulo doloroso, bem similar a uma picada de inseto. Ele pode ser na cor vermelha, na rosa ou na roxa; ser purulento ou não, e o mais corriqueiro é que surja no dedo, na mão ou no braço em que o fungo penetrou. Na versão extracutânea, como o fungo pode comprometer diversas áreas do organismo, os sintomas variam de acordo com a que foi afetada.
Se afetar os ossos e as articulações, os sintomas são similares ao de uma artrite infecciosa. Já quando atinge os pulmões, por exemplo, os sintomas se assemelham bastante aos da tuberculose. Nos casos das formas cutâneas, ela pode surgir em três tipos diferentes:
Cutâneo-linfática: é a mais frequente e se caracteriza por um nódulo ulcerado que, geralmente, ocorre no sítio de inoculação, ou seja, na mordedura, no arranhão, o local de contato com o animal doente. Dele, se forma um cordão endurecido que segue por um vaso linfático em direção aos gânglios. Ao longo desse cordão, outros nódulos são formados, e também podem ulcerar, fistulizar ou drenar pus.
Cutâneo-disseminada: espalham-se por toda a pele e são mais frequentes em pacientes imunodeprimidos como doentes renais e pessoas contaminadas pelo vírus HIV.
Cutâneo-localizada ou cutânea-fixa: caracteriza-se por um nódulo avermelhado e pode ser duro com superfície áspera ou ulcerada. Além dos membros superiores, pode atingir também as mucosas, como os olhos e a boca.
Fonte: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/esporotricose/58/